Cajuína
Conta Caetano que após algum tempo do poeta Torquato Neto, que foi seu parceiro na Tropicália, suicidar-se, ele foi à Teresina, onde Torquato nasceu, encontrar-se com os pais do poeta morto.
Caetano chorava o dia todo. Ao chegar à casa dos pais de Torquato, a mãe deste estava hospitalizada e o pai, que era espírita, dirigia-lhe palavras de consolo enquanto lhe servia uma bebida típica de Teresina, a “Cajuína”.
Ao ver a amargura de Caetano com o suicídio do amigo, o pai do poeta saiu ao jardim e voltou com uma “rosa menina”, que é como alguns chamam uma rosa pequena, que ainda não desabrochou completamente.
Naquele momento “Cajuína” se elaborou na cabeça de Caetano: ele reinventara o forró em uma cadência algo fúnebre (o lamento do violoncelo é magnífico), transformando o tom em uma espécie de réquiem temporão ao amigo falecido.
O fragilidade da vida, a rosa e a Cajuína compõem o núcleo da canção que eu reputo uma das melhores de Caetano e uma das joias do cancioneiro popular brasileiro:
Concordo com o você. Além de ser uma aula de português.
ResponderExcluirFeliz Dias do Pais.